O Executivo: o passado como desculpa eterna

 

A política brasileira tem sido marcada, há décadas, por uma constante batalha entre discurso e realidade. Enquanto parte da população espera por soluções concretas, o governo frequentemente recorre a narrativas que desviam o foco dos problemas reais. No atual cenário, essa estratégia se torna ainda mais evidente, reforçando um ciclo vicioso de justificativas e inação.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em seu terceiro mandato, parece preso a uma narrativa constante de culpa sobre administrações anteriores. Sempre que questionado sobre problemas estruturais, falhas na gestão ou desafios econômicos, o governo recorre ao discurso de que a responsabilidade recai sobre os antecessores, evitando assim a necessidade de apresentar soluções efetivas.

Enquanto o país enfrenta desafios cada vez mais complexos, como a estagnação econômica, a insegurança jurídica e a crescente dívida pública, a administração atual continua a expandir os gastos públicos sem qualquer sinal de responsabilidade fiscal. A falta de um planejamento econômico sustentável gera incerteza no mercado, afasta investimentos e alimenta temores sobre o futuro da economia brasileira.

Essa estratégia de terceirização de responsabilidades, embora eficaz do ponto de vista retórico, não se sustenta a longo prazo. O eleitorado, especialmente aqueles que acompanham de perto os desdobramentos políticos e econômicos, começa a perceber que discursos não pagam contas nem reduzem a inflação. O crescimento do endividamento e a necessidade constante de aumentar impostos para cobrir déficits refletem a ausência de um plano de desenvolvimento realista.

Além disso, declarações recentes do presidente Lula, como a admissão de que uma população mais educada não votaria em partidos de esquerda, evidenciam um pensamento preocupante. Em vez de considerar a educação como um pilar para o progresso e a liberdade individual, o governo a enxerga como uma ferramenta de manutenção de poder. Isso reforça a tese de que a esquerda, historicamente, prioriza o controle ideológico sobre o desenvolvimento intelectual da sociedade.

A narrativa de vitimização e a constante desculpa do "passado" não podem servir como justificativa para a inércia. O Brasil precisa de um Executivo que assuma responsabilidades, implemente políticas públicas eficazes e reconheça que governar exige mais do que discursos emocionais e promessas vazias. O tempo da retórica já passou; é hora de ação concreta. Além disso, é fundamental alertar para os perigos do discurso populista, que seduz por sua aparente simplicidade e promessas de soluções fáceis, mas que, na realidade, levam a uma espiral de dependência e estagnação. O mais alarmante é que, por incrível que pareça, muitas pessoas, incluindo aquelas que sempre considerei inteligentes, parecem viver em um estado de alienação mental, incapazes de perceber os sinais do percurso e o risco iminente do precipício. O país não pode continuar sendo refém de ilusões; é preciso despertar para a realidade antes que seja tarde demais.